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O que faz mais sentido: ter acesso ou ter a posse?

Atualizado: há 3 dias

Como tomar decisões inteligentes entre alugar e comprar bens caros — e por que o acesso quase sempre vence a posse.


Vivemos uma era de transformação silenciosa na maneira como lidamos com bens e serviços. Antigamente, possuir era o símbolo máximo de conquista. Hoje, acesso tem ganhado status, praticidade e, principalmente, inteligência financeira. Afinal, por que comprar o que você pode usar sem precisar manter?


Essa mudança de mentalidade não é apenas uma moda. É uma evolução lógica baseada em números, eficiência e liberdade. Quando colocamos na ponta do lápis os custos ocultos de possuir — seja uma casa, um carro, uma moto ou até um jatinho — percebemos que, na maioria dos casos, é muito mais vantajoso ter acesso do que propriedade.



A lógica financeira é clara: posse custa caro


Quem entende de finanças sabe: comprar um bem raramente é o melhor negócio. Isso vale especialmente para itens de alto custo. Por quê? Basta considerar alguns fatores-chave:


  • Depreciação: A maioria dos bens perde valor com o tempo. Carros, motos, helicópteros e aviões, por exemplo, desvalorizam ano após ano.

  • Custo de capital: Ao investir em um bem, você abre mão de aplicar esse dinheiro em algo que possa render mais.

  • Custos fixos e variáveis: Seguro, manutenção, IPVA, funcionários, revisões, armazenamento... todos esses custos pesam mês após mês.

  • Tempo e energia: Ser dono é se preocupar. É lidar com burocracias, cuidar da manutenção e resolver problemas. A posse exige mais que dinheiro — exige tempo.


Por isso, o conceito de “acesso sobre posse” faz cada vez mais sentido. Você pode usufruir do bem, sem carregar seu peso.



Exemplos práticos: da classe média aos ultra-ricos


1. Carro ou Uber? Se você mora em uma grande cidade, usar Uber ou apps de mobilidade pode sair mais barato do que ter um carro — considerando combustível, IPVA, manutenção e estacionamento. Para muitos, um carro parado na garagem representa mais um custo do que uma solução.


2. Casa ou aluguel? Comprar um imóvel exige entrada, taxas, manutenção, reformas e amarrações de longo prazo. Alugar oferece flexibilidade, menor custo inicial e liberdade para mudar de bairro, cidade ou país. Comprar pode ser uma prisão disfarçada de conquista.


3. Segunda casa ou Airbnb? Uma casa de praia ou de campo pode parecer um sonho — até você se deparar com IPTU, condomínio, manutenção fora de temporada, e raramente usar. O Airbnb resolve tudo: flexível, sem amarras, e você só paga quando usa.


4. Moto ou aluguel por demanda? Hoje há apps de aluguel de motos por hora, por dia ou por mês. A depender da frequência de uso, pode sair mais barato, sem preocupação com manutenção e documentação.


5. Helicóptero e jatinho? No topo da pirâmide, a lógica se mantém. Fretar helicópteros ou jatinhos por demanda é, na maioria dos casos, mais vantajoso do que comprar. É mais barato, mais prático e você não precisa lidar com hangar, tripulação, manutenção ou burocracia da ANAC.



Mas e quem já chegou lá?


A equação muda quando você acumula capital suficiente para comprar sem afetar seu fluxo de caixa. Se o bem não compromete seu orçamento — nem o financeiro, nem o mental — a posse pode fazer sentido.


Como no exemplo de quem compra um avião mesmo sabendo que continuar fretando seria mais vantajoso financeiramente. A compra, nesse caso, representa mais conforto, autonomia, status ou conveniência do que racionalidade financeira. A lógica é a mesma de quem tem um carro na garagem mesmo reconhecendo que o Uber sairia mais barato.


Essa é a grande chave: a fase da vida.


"Querer colher na fase de plantar não é bom, da mesma maneira que não colher na fase de colher também não é."

No início da jornada, o foco deve ser produtividade, alavancagem e crescimento. Posse amarra. Acesso liberta.


Mais adiante, com capital consolidado e menos necessidade de eficiência máxima, a posse pode ser um mimo aceitável.



Conclusão: escolha com consciência, não com vaidade


Ter acesso é, quase sempre, mais vantajoso do que possuir. Seja para preservar o capital, evitar preocupações ou manter a flexibilidade. Mas o ponto principal é entender a fase da vida em que você está. Não se trata de nunca comprar, mas de saber quando faz sentido comprar — e quando é apenas um capricho disfarçado de necessidade.


Enquanto você constrói sua liberdade financeira, prefira acesso. Foque em fazer seu dinheiro trabalhar por você. E quando chegar o momento da colheita, se a posse não pesar no seu orçamento ou na sua paz, desfrute. Só não confunda conquista com correntes.

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